Grande Ecran
Vi o Munich de Spielberg e gostei bastante.
Como já todos devem saber, o filme começa por relatar o atentado ocorrido nos JO de Munique, em que um comando Palestiniano assassinou a delegação Israelita e continua descrevendo a resposta de Israel, sob a forma de criação de uma equipa com a missão de vingar esse atentado eliminando um conjunto de figuras inimigas.
Este filme tem, para mim, dois grandes méritos na pedagogia anti-terrorista. Primeiro, humaniza a pessoa do terrorista. Segundo, mostra o efeito contraproducente do terrorismo.
Todos nós nos interrogamos como é possível os terroristas praticarem actos tão infames e criminosos. No entanto, em caso extremo, também acredito que todos nós fôssemos capazes de cometer actos infames e criminosos na defesa dos nossos ideiais. É o que se passa em todas as guerras e até nas missões de manutenção da paz. Spielberg retrata os membros da célula israelita portagonista do filme como idealistas, como pessoas normais unidas por uma religião e por uma nacionalidade, como patriotas. As mesmas pessoas que quase morreram de susto por quase terem matado uma criança são as mesmas que assaninam sem remorso o seu pai, que matam a sangue frio um idoso e que eliminam mais uns quantos terroristas (pelo menos é isso que eles crêem que sejam) inimigos. No final do filme, Avner começa a questionar o que fizeram, começa a pedir provas dos crimes que antes não duvidava que os seus alvos tivessem cometido e a perguntar porque não são estes julgados em vez de assassinados a sangue-frio.
Depois o filme mostra bem a escalada de violência que tudo isto acarreta. A criação desta "equipa" acontece como retaliação do atentado em Munique. Após os assassinatos cometidos por estes, o inimigo desencadeia diversas acções de retaliação e os elementos eliminados são substituídos por outros ainda mais radicais e sanguinários. Aliás, o atentado de Munique foi certamente também retaliação de uma outra qualquer iniciativa anterior que teria sido o resultado de uma qualquer agressão. Conclusão: a violênbcia gera apenas mais violência. O que irá resultar disto tudo? Como bem diz o Manuel Jorge Marmelo, os radicais que na altura eram uma minoria começam actualmente a ser uma maioria. E isto não é bom para ninguém.
4 Comments:
Esperava mais do Spielberg.
Também gostei do filme, mas não encontrei nada que o faça sobressair de outros em que o tema é o terrorismo, seja ele Irlandês, espanhol, árabe
papo-seco,
talvez fosse de esperar que Spielberg fosse mais longe
mas o filme é um bom filme e indo mais longe Spielberg provavelmente teria que comprometer a equidistância e ausência de juízos de valor que apresenta neste filme
ou então não, já nem sei
quando vir depois venho aqui deixar a minha opinião.
Ariel,
fico à espera
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