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27 abril 2006

Mortes nas estradas devem-se a erro humano

O DN noticia hoje um estudo da GNR-BT, 91% dos acidentes de trânsito em Portugal devem-se a erro humano, incluíndo-se aí:

- excesso de velocidade
- distracção
- inexperiência
- falhas de percepção
- imprudência
- etc.

Sinceramente, nada disto me surpreende. Aliás, a única coisa que me surpreende é eles não terem criado uma rubrica denominada "nabice" (que, enfim, talvez corresponde à soma da inexperiência com as falhas de percepção.

Claro que a Associação dos Cidadãos Automobilizados veio logo dizer que se trata de uma tentativa de desresponsabilizar as autoridades, que assim terão uma desculpa para deixar de investir na melhoria das estradas e na eliminação dos pontos negros.

Quanto a mim, se é um facto que as estradas portuguesas não são grande coisa, nós também temos o dever de conduzir de acordo com essas estradas. Se sabemos que há buracos e pisos degradados, curvas mal concebidas, falta de pontos de ultrapassagem, temos que adequar a condução a essas condições. Não é passar a 140 numa estrada onde só se deve conduzir a 80 e depois vir-se queixar de que é um ponto negro e o camandro e que o acidente não é nossa culpa.


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36 Comments:

At 11:36 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Vamos também remeter algumas responsabilidades para as "escolas de condução" ???
Todos (quase todos... ), gostamos de uma boa aceleradela... mas estas nunca são "testadas" em tempo de aulas, em maus pisos, pisos molhados etc etc...

:-)
S.

 
At 2:34 da tarde, Blogger naked sniper said...

mas a escola de condução tem a obrigação de nos ensinar a fazer piões e malabarismos?

para isso há escolas especializadas

a escola de condução tem por função dar uma preparação para uma condução normal

 
At 4:07 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Há...? Onde? Na capital (devo dizer nas capitais??) do império? será que está acessível a todos?

Ou falamos de alguém em "especial" que conduzia a 140km?

:) sorrio
S.

 
At 4:15 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

 
At 4:15 da tarde, Anonymous Anónimo said...

sniper, com os carros que hoje temos..leves, mais seguros e com "cavalaria a mais" quem não tem vontade de um bom prego a fundo?

As escolas têm mesmo de modernizar-se em alguns aspectos, não falo de preparar a "malta" para F1 aou AGP's... mas que saímos de lá uns "nabos" com pretensões de "ases ao volante"... saímos!

Daí a expressão" cartinha tirada na net"
:)
S.

 
At 5:54 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Concordo contigo naked sniper... "não é passar a 140 numa estrada onde só se deve conduzir a 80 e depois vir-se queixar de que é um ponto negro e o camandro e que o acidente não é nossa culpa."

Mas pergunto eu...e Auto-Estradas onde a velocidade máxima permitida por lei (e sinalizada) é de 120 km/h que não têm condições sequer para andar a 100 km/h?? E IP´s, IC´s, estradas municipais que não são mais do que uma colecção de buracos, depressões, lombas, etc.?? Nestas estradas todas nem andando na velocidade máxima permitida é seguro...a culpa é dos acidentes é dos condutores?? Sim...na maior parte das vezes, mas não são os únicos culpados!!!

 
At 5:56 da tarde, Blogger naked sniper said...

S.,

acho que em Portugal só há escolas dessas na capital

 
At 5:59 da tarde, Blogger naked sniper said...

José Maurício,

apaguei o seu comentário porque era extremamente longo e apenas as primeiras linhas estavam relacionadas com o poste

 
At 6:01 da tarde, Blogger naked sniper said...

S.,

Julgo que todos somos pessoas com discernimento e auto-controlo para percebermos os nossos limites

talvez fosse importante haver uma avaliação psiquiátrica dos candidatos a encartados e não encararmos a carta como um "direito" mas sim a condução como uma competência e uma responsabilidade

 
At 6:03 da tarde, Blogger naked sniper said...

Padeiro,

Claro que as nossas estradas são das piores da Europa.

No entanto, temos sempre que nos lembrar que o limite de velocidade é o MÁXIMO permitido, não a velocidade recomendada ou muito menos obrigatória

 
At 6:13 da tarde, Blogger naked sniper said...

Já agora, por uma questão de respeito, a parte do comentário do José Maurício relacionada com este poste dizia o seguinte:

"EXTRA: Três (3) comentários sobre esta notícia:
.
1º - Parabéns à GNR-BT pelo Estudo. Ufa. Demorou 32 anos!
.
2º - Quem ouvisse as pessoas e soubesse o que era o Diagrama Espinha-de-Peixe (Diag CAUSA-EFEITO) sabia que a culpa é 85%-93% do condutor e não da via nem do carro (alguém encheu os bolsos com estradas novas 3 ou 4 vezes mais caras do que o inicialmente previsto).
.
3º - Noventa e Cinco por cento (95%) dos condutores diz que a CULPA é dos outros condutores."

o comentário é um bom comentário

 
At 8:44 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Prevenção... Onde anda?!

 
At 8:49 da tarde, Blogger naked sniper said...

essa é também uma boa pergunta

 
At 11:15 da tarde, Blogger Célia said...

Há muita, mas muita falta de civismo nas estradas portuguesas... Basta andar lá todos os dias para ver as barbaridades que se cometem.

 
At 12:04 da manhã, Anonymous Anónimo said...

O problema está no prazer e na adrenalina que os amantes da condução dela retiram. Vai daí e começam a esquecer a prudencia (para não dizer bom senso) e arriscam vidas.
Esquecem que o automóvel pessoal é utensílio e não um brinquedo - não é um desporto e não é suposto ser divertido - é aliás algo bem monótono.

Acho que são poucas as pessoas a ver a condução sob esta perspectiva - de que deviamos estar agradecidos pela velocidade que já é seguro atingir com as infraestruturas contemporaneas...antes os carros já foram bem mais lentos e antes disso andavamos de carroça. Devemos estar agradecidos pelo que temos hoje e saber usá-lo para nosso bem, pelo seu valor - de mobilidade - e compreender bem as suas limitações. «na estrada não se recupera tempo» porque se arriscam vidas.

Discordo de quem disse que precisamos de escolas de perícia para aprendermos a dar umas aceleradelas. Habilidosos já temos nós q.b. e não é pela falta de técnica que a nossa sinistralidade é o que é... talvez seja mais por excesso de habilidosos com excesso de confiança. Noutro dia um conhecido disse isto «vocês mulheres é que sabem conduzir. Nós é que nos armamo-nos em espertos e lixamos tudo.» Ele tinha-se despistado nessa semana porque ia a cortar uma curva e apanhou um bocado de piso escorregadio e f*#"u o carro todo. Ele dizia que se fosse uma mulher não se tinha despistado.
Isto baseado no estereotipo de que as mulheres não são tão desenrascadas na condução, mas a lição serve na mesma se substituirmos o "mulher" por "pessoa-menos-habilidosa", porque há mulheres que também são boas aceleras.

Acho que mais eficaz do que ensinar mais truques que não são suposto usar a velocidades moderadas seria construir pistas de automilismo em todas as cidades. Assim os habilidosos que usam a estrada para sentir adrenalina teriam um sítio seguro para libertar o stress - da mesma maneira que se constroem pavilhoes desportivos para a prática de outras modalidade.

Já não sei qual era o condutor de formula 1 (acho que foi o Allan Prost) que dizia que ficava doido com as habilidades que via na estrada e que ele que era um profissional achava que era o condutor mais pacífico que é possivel.

 
At 12:59 da manhã, Blogger naked sniper said...

canochinha,

passa precisamente por aí

 
At 1:04 da manhã, Blogger naked sniper said...

Nuno,

- as escolas de perícia dedicam-se essencialmente a ensinar condução defensiva e a controlar o carro em situações difíceis, que é algo que muitas pessoas não sabem (embora muitas vezes nem tenham noção disso)

- o prazer de condução não implica assumir riscos idiotas

- a monotonia da condução é uma opção, não uma fatalidade. e não é necessário andar depressa, pode-se aproveitar o tempo q se passa no carro para ouvir boa música, apanhar as notícias mais actualizadas, fazer a barba, etc

- os estereotipos são apenas isso

- já há pistas de kart e motocross

 
At 2:53 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Eu falava do prazer que está normalmente associado à condução 'desportiva' e por isso falei também de adrenalina...e é esse o estímulo que normalmente atrai a maioria dos amantes da condução.

Se é possivel identificar outras formas de prazer (que não envolvam adrenalina) tudo bem... é bom as pessoas estarem contentes com o que fazem e acredito que quem faz tricot é porque gosta (apesar de para mim me parecer uma coisa monótona)
e como tu próprio sugeriste é possivel encontrar prazer noutras coisas exteriores à condução: uma conversa, música, a paisagem...

Quanto às escolas de perícia eu penso ter sido suficientemente claro quando disse: «Discordo de quem disse que precisamos de escolas de perícia para aprendermos a dar umas aceleradelas.»
Para bom entendedor, eu não disse que discordava das escolas de perícia tout court, mas se tivessem em vista esses objectivos - e depois fundamentei.

Quanto às pistas de kart e de motocross...como referiste já existem e independentemente disso há muita gente que usa as estradas públicas para o mesmo fim. Um carro e um kart são coisas diferentes e quase toda a gente tem um carro e conduz. É muito mais simples adaptar a oferta aos gostos do que esperar que estes mudem.

 
At 9:37 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Falta de tudo um pouco...

:) sorrio
S.

 
At 4:04 da tarde, Blogger naked sniper said...

nuno,

continuo com a minha ideia de que não é necessário ser imprudente e arriscar vidas para se tirar prazer da condução, mesmo condução desportiva

e muitas vezes não é a adrenalina que puxa pelo disparate. o exibicionismo, competitividade e pressa (recuperar tempo na estrada como dizes), na minha opinião, terão um peso bem maior

por acaso, até precisávamos das escolas de perícia para aprender a dar umas aceleradelas (em segurança). temos é a mania que sabemos muito e que aprender essas técnicas é para quem não sabe

também há pistas onde podes acelerar com o teu carro, custa é 15 vezes mais do que andar de kart...

 
At 5:30 da tarde, Blogger Klatuu o embuçado said...

Melhor o machado! Gosto de lhes ver a pupila a dilatar!

 
At 5:34 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Não sei qual é o teu conceito de condução desportiva...usar uma t-shirt de mangas cavas ao volante já é condução desportiva?
Mas acredito, e era isso que eu dizia, que tu e mais 99,9% dos Portugueses do sexo masculino achem adequada a condução desportiva em estradas públicas.

Quanto às escolas de perícia para acelerar mais, não me oponho a que as pessoas aprendam coisas que gostem. Só digo que «aceleradelas (em segurança)» são as que fazemos numa autoestrada com boa visibilidade, piso seco, pouco transito e abaixo dos 120Km/h e não parece que seja essa a ideia de quem tencione frequentar esses cursos e também não me parece que esse tipo de comportamento exiga mais formação.

E pistas...há? onde? não conheço em Coimbra. Se é caro não seria preferivel haver pistas Municipais? é uma questão de prevenção e segurança rodoviária, não seria mais rentável do que contruir estádios de futebol caros? não falo por mim porque não uso nem o estádio nem usaria a pista mas não duvido que enchessem, especialmente à noite e aos fins de semana...

 
At 8:12 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Caro naked sniper,

"No entanto, temos sempre que nos lembrar que o limite de velocidade é o MÁXIMO permitido, não a velocidade recomendada ou muito menos obrigatória "

Quando eles estabelecem o limite máximo de uma estrada não estão a certificar essa estrada como "segura" para um condutor conduzir a essa velocidade??

Quantas vezes vês sinais de informação de velocidade RECOMENDADA em zonas de estrada deteriorada ou perigosas?? Muitas vezes, certamente...mas eu também passo por muitas zonas perigosas sem qualquer tipo de sinalização (recomendada, máxima permitida, curvas perigosas, etc...)!!

Mas continuo a dizer...concordo que a maior parte da culpa dos acidentes é da falta de civismo dos condutores como já aqui foi muito bem focado, mas os governos, autarquias e demais entidades não podem "atirar" com a culpa só para os condutores descurando desta forma a obrigação de fornecer aos condutores as condições necessárias para uma condução segura!!

 
At 10:37 da tarde, Blogger naked sniper said...

Nuno,

exacto, para mim, condução desportiva é conduzir de fato de treino. lembra-te que é um conceito subjectivo e que poderemos definir níveis de desportividade (ou agressividade) na condução, desde o ligeiramente agressivo até ao sociopata ao volante. se esticar um pouco as mudanças não me parece minimamente condenável, cortar curvas sem visibilidade já uma questão completamente diferente.

o valor acrescentado das escolas de perícia é dotar-nos de técnicas para lidarmos com situações inesperadas. e isso pode acontecer a qualquer pessoa.

podes ir para o autódromo do estoril, se tiveres dinheiro. e não concordo que devam existir pistas municipais. há investimentos muito mais prioritários (inclusive os estádios)

 
At 10:39 da tarde, Blogger naked sniper said...

Padeiro,

Concordo plenamente contigo.

Mas a minha postura é sempre tentar depender o mínimo possível dos outros, assim, confio nos meus instintos e ignoro essas recomendações. Parece-me mais sensato. Mas, lá está, a sensatez não se aprende na escola de condução.

 
At 11:09 da tarde, Anonymous Anónimo said...

"(...) GNR-BT, 91% dos acidentes de trânsito em Portugal devem-se a erro humano, incluíndo-se aí:

- excesso de velocidade (...)"

O meu patrão faz o mesmo! Não é pelo facto de ele tentar fazer mais m2 de construção do que é legalmente premitido que os projectos chumbam... É porque quem realmente os desenha têm pouco senso comum e fazem sempre tudo mal...

É mais fácil culpar o excesso de velocidade, distracção ou imprudência, ao invés da má qualidade dos pavimentos, a pessima sinalização, falta de efectivos nas BTs ou ainda a falta de prevencção...

P.S.: Eu faço o mesmo! Não sou eu que conduzo mal... São os outros! :-)

 
At 12:03 da manhã, Blogger naked sniper said...

Gomezzz,

como já disse ao padeiro, concordo que as condições em Portugal não são as melhores. no entanto, uma pessoa sensata terá atenção a esses factores e adequará a sua condução.

outras conduzem sempre como se estivessem numa autoestrada com bom piso e como se tivessem um carro muito seguro. depois queixam-se e culpam o camandro

 
At 12:25 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Padeiro,

«Quando eles estabelecem o limite máximo de uma estrada não estão a certificar essa estrada como "segura" para um condutor conduzir a essa velocidade??»

A resposta é não. E parece-me óbvio...aliás isso é explicado nas aulas de código...posso perguntar onde tiraste a carta??

Sniper,

Se tu te sentes irreverente quando esticas uma mudança, tudo bem, mas devo-te dizer que isso não significa que a tua condução seja desportiva.
Eu parece-me que estás a fazer de por não compreender uma coisa que na realidade é muito simples: condução desportiva implica esticar os limites, seja da viatura, seja da estrada, seja daquilo que se pode esperar dos outros condutores. É simples, não é dificl de compreender e não é esticar uma mudança (tu podes perfeitamente esticar uma mudança sem passar sequer dos 50Km/h!).

Portanto, voltas à estaca zero e reconheces que o valor das escolas de perícia não está em possibilitar mais aceleradelas mas em ensinar comportamentos defesivos.

Há no autódromo no Estoril mas fechar um circuito pavimentado (não precisa de ter as infraestruturas que implica a presença de público)não me parece um investimento louco.
E esse do «há investimentos muito mais prioritários» é um clásico da demagogia... qual é o preço de uma vida? e se os amantes da adrenalina automobilizada fossem espairecer para recintos fechados não se poupariam muitas vidas?

 
At 2:17 da manhã, Blogger naked sniper said...

nuno,

lê de novo o que eu escrevi. lê ainda uma outra vez. e mais outra. aposto que consegues chegar lá

 
At 4:52 da manhã, Anonymous Anónimo said...

sniper,

ehh pá já li umas 20 vezes e ainda não cheguei lá. Por favor ajuda-me!! és capaz de esclarecer um pobre coitado que precisa de ler 2 ou mais vezes uma coisa para compreendê-la? fico à espera...
e desde já o meu obrigado pela paciencia e compreensão

 
At 11:25 da manhã, Blogger naked sniper said...

nuno,

nem sou capaz disso, nem tenho a paciência e compreensão que parece necessária

 
At 1:06 da tarde, Anonymous Anónimo said...

sniper,

pois, foi isso que me pareceu...

 
At 1:09 da tarde, Blogger naked sniper said...

tenta apenas perceber uma coisa.

tu podes dizer se uma pessoa está morta ou não está. não há o ligeiramente morto e o muito morto. ou é, ou não é.

da condução deportiva podes dizer a mesma coisa? ou a condução pode ser mais ou menos desportiva?

 
At 3:52 da tarde, Anonymous Anónimo said...

sniper,

É claro que há subjectividade, é tudo subjectivo. Eu estava a tentar circunscrever a origem do problema mas ao fazer isso apercebo-me que talvez ele não tenha origem e, se calhar, talvez nem exista problema. A única coisa que posso dizer com certeza é que Porugal existe e nele vivem os portugueses.

 
At 8:50 da tarde, Blogger naked sniper said...

eu descanso o meu caso

 
At 11:24 da tarde, Anonymous Anónimo said...

tens um caso?? traidor!

 

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