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10 setembro 2006

Futebolidades

Ontem lembrei-me dos tempos em que o Sporting era capitaneado pelo senhor Roberto Severo, conhecido no mundo do futebol como Beto. Beto cresceu nas escolas do Sporting, foi internacional nos escalões de formação; como ainda não havia equipas B, andou a rodar pelo União de Lamas e Campomaiorense e integrou o plantel principal do sporting a partir da 3ª época de senior. Central de bons recursos, internacional e produto da casa, chegou a capitão de equipa.

No entanto, Beto, como capitão de equipa, nunca me orgulhou. Era um jogador de cabeça muito quente, habituado a insultar adversários e árbitros. enfim, um típico jogador português. No ano passado, Beto chegou a agredir um colega de equipa num treino (Custódio, curiosamente o actual capitão da equipa). Despacharam o jogador para o Bordéus e, embora custe sempre deixar sair um jogador da casa, foi a decisão mais correcta.

Mas vem isto a propósito do quê?

Ontem, Cardoso, jogador brasileiro do Nacional da Madeira, depois de ceifar um jogador do Sporting, avançou de forma ameaçadora para o árbitro e deu-lhe uma peitada. Quer a falta, quer a forma como se dirigiu ao árbitro mereciam cartão vermelho. O árbitro deu-lhe apenas o amarelo.

No jogo do Benfica, Petit, na altura capitão de equipa, protestou uma falta com o árbitro encostando a sua testa na dele e proferindo impropérios claramente perceptíveis na cara do homem. Naturalmente, foi expulso.

Este tipo de situações são vergonhosas para o futebol português e deviam ser castigadas pelas instituições regentes do desporto e também pelos próprios clubes que em nada são beneficiados com estas atitudes, muito pelo contrário.

Petit e Cardoso deviam ser suspensos sem vencimento pelos seus clubes, pelos danos que causaram à imagem dos mesmos com as suas atitudes. No entanto, o que acredito que venha a acontecer (porque é a forma portuguesa de lidar com estes casos) é os dirigentes dos clubes em questão desculpabilizarem os seus jogadores e criticarem os árbitros em questão.

Nesta questão, há que dar mérito a alguns treinadores estrangeiros (por exemplo, Co Adrianse e Jupp Heinkes) que não permitiam que os seus jogadores discutissem com os árbitros e os puniam se tal acontecesse.


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10 Comments:

At 7:53 da tarde, Blogger vanus said...

Eu nem devia comentar este post que desde ontem a meio de um jogo que não quero saber de futebol, e não não me digas o resultado...

Mas também acho que é inadmissivel que os treinadores e dirigentes dêem suporte a este tipo de atitudes, e aqui sou extra clube. Acho que os jogadores portugueses em geral tem uma muito má formação nesse campo; se fosse comigo criavam raizes no banco :)

 
At 1:55 da tarde, Blogger naked sniper said...

vanus,

100% de acordo.

à primeira ficavam 1 ou 2 jogos de castigo (ou mais, consoante a gravidade da situação). à segunda não havia desculpa, iam embora

 
At 2:20 da tarde, Blogger Bart Simpson said...

como estamos no reino da parolândia, nada acontece a esses inergumenos. Noutros países, com gente menos desonesta que os que há por cá (porque também não são nenhuns puros, mas tem olhos na cara e facilitam menos), os rapazolas ficavam uns bons jogos a chuchar no dedo.
Fosse a liga de futebol, ou federeação ou lá quem é, fossem os próprios clubes.
Aquilo não é desporto.

 
At 3:06 da tarde, Blogger Macambúzia Jubilosa said...

É que isto do desporto não é preciso só ter técnica. É preciso ter inteligência emocional tambem, que é coisa que parece que quase todos padecem... (da outra nem falo, que até parecia mal...)

Incluam exercicios de controle de emoções nos treinos. Tudo a fazer yoga... rsrsrs
Agora a sério.... Talvez até não fosse mal pensado que a formação dos jogadores também abordasse estas questões.

Prolifera por aí a ideia de que é inevitável, que o futebol abarca emoções fortes impossiveis de controlar...

Eu até consigo perceber que às vezes só dê vontade de andar à mocada com todos, mas há que minimizar esse risco de sermos açambarcados pela nossa natureza mais selvagem. É que deve haver algo que nos distingue dos animais (acho).
Afinal há jogadores (poucos) que não são assim...

Aos prevaricadores: tolerância zero...

Consentir é estar a perpetuar uma forma de estar no futebol que em nada o dignifica, além de que retira a autoridade aos árbitros, a única no meio daquela selvajaria toda...

 
At 3:35 da tarde, Blogger naked sniper said...

bart,

neste caso, "lá fora é q é bom"

 
At 3:36 da tarde, Blogger naked sniper said...

macambúzia,

100% de acordo

 
At 5:40 da tarde, Blogger TheOldMan said...

Esse árbitro que não mostrou o "vermelho" devia ser investigado; pois ou é demasiado medroso para a função, ou o Nacional da Madeira tinha nesse jogo algum "ascendente" sobre ele.

Abraço

;-)

 
At 6:57 da tarde, Blogger naked sniper said...

pontifex,

eu acho q devia ser investigado até ao tutano

 
At 9:37 da tarde, Blogger TheOldMan said...

Havia de lhe doer um pouco, Sniper. No futebol hà verdades dolorosas (LoL)

;-)

 
At 12:58 da manhã, Blogger naked sniper said...

Pontifex,

há verdades dolorosas em todó lado...

 

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