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30 outubro 2006

sniper on seduction



É bela, e por isso deve ser cobiçada; é uma mulher, e por isso deve ser conquistada
- Shakespeare

Decidi-me a escrever um poste sobre sedução por 3 ordens de razões: porque me dói a leviandade e desinformação com que se trata este tema pela blogosfera, porque acredito que é importante partilhar um pouco da minha vasta cultura e experiência na matéria, e porque tenho imenso tempo livre. Assim, e para vossa informação, instrução e deleite, passo a explicar o que é isso da sedução e, aquilo que vocês realmente querem saber, como se faz.

Existem várias definições de sedução. Tradicionalmente, designa-se de sedução a utilização do desejo sexual para alcançar objectivos através de pessoas. No entanto, a nós interessa uma definição mais restrita. Assim, vamos considerar que sedução consiste no caminho para a conquista do coração de uma mulher. O objectivo da sedução será, portanto, não conseguir obter de uma mulher mera atracção ou desejo, mas conseguir que ela não se permita sequer conceber sentir atracção ou desejo por qualquer outro homem.

Podemos distinguir os homens que utilizam esta arte em dois tipos: os puros de coração que estudam e aplicam a sedução para conquistar aquela que faz esses corações bater e os que dominam a sedução e a utilizam como forma de aquecer a cama. Estes últimos são o que se chama de canalhas (ou, nas palavras de Andrea Dworkin, violadores – “a sedução é muitas vezes difícil de distinguir da violação. Na sedução, muitas vezes o violador dá-se ao trabalho de comprar uma garrafa de vinho”). Não se pense, no entanto, que o canalha é um parasita inútil da sociedade. O canalha desempenha um papel muito importante, que consiste em manter viva a arte da sedução e em transmiti-la aos puros de coração que o procuram para aprender a arte.

Existem 3 caminhos para seduzir uma mulher: através do olhar, através da palavra (falada e escrita) e através do toque, da carícia. A excelência no domínio das três técnicas conduz inexoravelmente ao sucesso. Embora a utilização das técnicas deva ser conduzida na sequência indicada, a passagem a um estágio mais avançado não deve impedir que as anteriores continuem a ser utilizadas, muito pelo contrário.

O olhar é a melhor forma de atrair a atenção de uma mulher. Discreto, eficaz à distância e impossível de bloquear, é a melhor forma de iniciar a abordagem. O olhar do sedutor não se direcciona aos olhos da mulher, nem ao seu rosto, muito menos ao seu peito ou a qualquer outra parte do corpo. O sedutor não se distrai com esses pormenores e olha directamente na alma da mulher. Não é necessário ser um Adónis nem convém chamar a atenção com disparates do género de piscar o olho, levantar as sobrancelhas ou mandar beijinhos. Quando se olha para a alma de uma mulher não é necessário chamar a sua atenção pois ela estará ainda mais impaciente a tentar perceber que perturbação é aquela que sente e só conseguirá apaziguar a sua mente quando o seu olhar cruzar com o do sedutor. O olhar abre o caminho, desperta curiosidade na mulher e inquieta-a. Para não desiludir as suas expectativas, há que passar à fase da palavra.

All really great lovers are articulate, and verbal seduction is the surest road to actual seduction
- Maria Mannes

O dom da palavra é muito importante, pois após olhar a alma é necessário alimentá-la. Aqui, os puros de coração estão em vantagem, pois os seus sentimentos são nobres e verdadeiros e não precisam de elaborar muito o discurso para chegar ao coração da sua amada. Os canalhas tendem a privilegiar a ornamentação do discurso para disfarçar a sua vacuidade. No entanto, muitos aproveitam também a inocência dos seus pupilos puros de coração para dar conteúdo ao seu discurso.

"Seduction is always more singular and sublime than sex and it commands the higher price"
- Jean Baudrillard

Sendo discutível se a carícia é ainda parte do caminho ou já se constitui como a primeira dentada no objectivo, não é, no entanto, discutível a sua importância para o resultado final. A carícia e o contacto físico devem ser não um fim em si mesmo, mas apenas a torpe forma que nós conhecemos de fazer aflorar à pele toda a tensão que vamos acumulando nas fases anteriores. Diz-se que a antecipação do prazer é mais agradável do que a sua consumação posterior, mas isso é tanga de tímidos e cobardes. O calor do corpo da amada apertado contra o nosso, o calor da sua boca misturando-se com o calor da nossa são a quimera de qualquer apaixonado. Mas, para passar de sonho a realidade e, mais do que isso, para ser uma conquista permanente e não um fogacho efémero, deve ser também objecto de estudo apurado e esmerado esforço perfeccionista. Se passamos 4 ou mais anos a estudar para podermos depois desempenhar toscamente um qualquer trabalho desmotivador e frustrante, mais tempo ainda devemos dedicar a estudar e treinar as nobres artes do contacto físico.

Mas isso será um outro poste.


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16 Comments:

At 12:10 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Aprecio e admiro o teu esforço de trazer esta questão de uma forma que revela seriedade e empenho. No entanto, arrepio-me quando tentas sistematizar o conhecimento («Existem 3 caminhos para seduzir uma mulher: através do olhar, através da palavra (falada e escrita) e através do toque, da carícia.») especialmente numa matéria como esta. O que tu descreves é uma apresentação possível, talvez formatada da sedução… mas eu preferia deixar mais liberdade para que a sedução se revele, não como uma disciplina (onde o “canalha” é o mestre), mas como algo que acontece quase inadvertidamente, como uma dança da qual não se conhecem os passos. A sedução pode e deve existir em qualquer acto, mesmo os que não são tipicamente classificados como tal.
Isto que eu quero dizer pode muito bem ser expresso na tua posterior dificuldade em concretizar… na forma como afirmas, por exemplo, que «O sedutor (…) olha directamente na alma da mulher.»… muito bem, aqui já não estás a ser literal, porque não é possível olhar para uma alma – ou seja, ao falar de sedução, era preferível que usasses o teu talento para não ser rigoroso, que escrevesses como bem sabes em prosa (ou mm em verso), porque, ironicamente, no meio de uma amálgama de metáforas e de imprecisões, é que a mensagem é recebida – é esse o exercício feito com sucesso por muita literatura – e é isso que tu farias com certeza melhor do que isto.

 
At 12:21 da manhã, Blogger naked sniper said...

meu caro,

como podes perceber pelo título, não pretendo aqui deixar uma revisão da literatura sobre sedução, mas apenas deixar a minha opinião sobre a questão, a forma como eu vejo a coisa.

naturalmente que tu concordarás com algumas coisas, discordarás de outras, tal como toda a gente.

quando dizes que a sedução acontece inadvertidamente, aí tenho q discordar. a noção de sedução implica claramente uma intenção. a atracção pode surgir de forma inocente, mas quando começa a sedução não há mais inocência.

nunca olhaste para uma alma? my friend, you are missing out on what's best about life

 
At 3:09 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Começando pela posta de pescada que mandaste no fim: eu nunca olhei literalmente para uma alma, tal como tu ou qq outra pessoa que não acredite em fenómenos para-anormais nunca olhou. Aquilo que me estás a dizer (e que te fica muito bem e é muito bonito) é uma forma metafórica de olhar e é precisamente essa parte que eu elogiei no teu texto e que disse ser the «best about life» - não me venhas agora tu todo contente a repetir o meu sermão.

Também não te incitei a fazer «uma revisão da literatura sobre sedução» - bem pelo contrário (até porque isso não existe). Se há algo a retirar do que te disse é que (especialmente neste tema) deixasses esse registo analítico e desses a tua própria visão, metafórica e prosaica. Para mim a sedução não tem nada de científico: como se costuma dizer “a sedução é uma arte”, e no momento em que passar a ser uma ciência, sistematizavel e reproduzível, já não estamos a falar de sedução mas de zézé-camarinhas. Pegando no que disseste no início: que «O objectivo da sedução será, portanto, não conseguir obter de uma mulher mera atracção ou desejo, mas conseguir que ela não se permita sequer conceber sentir atracção ou desejo por qualquer outro homem.» - isso não é uma coisa para um one-night stand mas algo que é preciso o tempo e a matéria adequada.
Quando eu digo que prefiro a sedução que acontece inadvertidamente é no mesmo sentido que Baudrillard (na sua obra “seduction”) elogia a “sedução original” em detrimento da “produção” que se assiste no mundo actual onde «tudo tem de ser legível, tudo tem de se tornar concreto, visível, contabilizável; tudo tem de ser traduzido em relações de força, sistemas conceptuais ou energias mesuráveis; tudo tem de ser dito, acumulado, catalogado e registado.» (Jean Baudrillard). A distinção feita por Baudrillard desqualifica a “sedução/produção” sintética, objectiva e pragmática que tu descreves e na qual o “canalha” (ou o camarinha) é verdadeiramente o derradeiro modelo, para invocar a forma original de sedução.
Nesta perspectiva faz menos sentido observar a sedução do ponto de vista do sedutor do que do seduzido – interessa mais o aspecto “fenomenológico” do que o “produtivo”. A sedução acaba por ser como um estado de embriaguês, uma dança instintiva, onde não interessa (nem é possível) aferir o controlo que existe sobre a situação - aquilo que tu julgas ser o teu material de sedução será muito provavelmente o mais ineficaz – e a rapariga acaba por se apaixonar pela tua inépcia dando crédito ao esforço – ou então iludiste-a de facto e aproximas-te do “canalha” – sedutor produtivo.
Eu penso, por exemplo, na minha namorada… ainda hoje falamos sobre aquilo que me faz sentir seduzido por ela – não é algo que ela controle nem que se possa produzir ou alterar para provocar a minha reacção – até porque não é algo do qual ela soubesse conscientemente ser aquilo que me atrai nela.
Ninguém adivinha a reacção de cada um a cada impulso – para uns será um aspecto positivo, para outros indiferente ou negativo – é por isso que cada um se deixa seduzir por pessoas diferentes e não há fórmulas infalíveis nem sequer verdadeiras de seduzir.

 
At 11:10 da manhã, Blogger TheOldMan said...

Meu caro, deixa primeiro que tudo congratular-te por finalmente teres arranjado tempo (embora corra por aí o boato que podes estar eventualmente em "cana") para escrever textos de maior fôlego.

Isso sobre a sedução é tudo muito giro, e até superior posso dizer-te, áquelas tretas que o Rui Vilhena escreve para o Jura; que segundo dizem é uma telenovela sobre pessoas que fazem isso que tu dizes mas em cima se secretárias e balcões de cafetarias.

Se a sedução fosse assim tão linear, não tenhas dúvida que Dale Carnegie ou Horatio Alger teriam escrito já algo sobre o assunto.

Na volta vais a ver, e os três pontos que apresentaste são apenas as respostas dadas por moças modestas, que tiveram vergonha em dizer que adoram o emblema da Mercedes ou que não resistem à possibilidade de poderem rolar nuas sobre o pelo natural de um casaco feito de espécies quase extintas.

Mas cada um tem o seu imaginário. Eu "é mais" o tipo pastelaria - "Quero aquela ali. Não é preciso embrulhar..." - Não irias acreditar, mas há muito quem goste de se comparar a uma bola de berlim com creme...

Mas é um bom tema. E se quiseres posso dar-te também umas dicas tão falsas como essas.

Um abraço. E que Blog te proteja nessa tua (divertida) missão de propagar a palavra.

;-)

 
At 11:34 da manhã, Blogger moça do filete said...

caro sniper!
esqueceste-te do mais importante na sedução de uma mulher: saldo (bancário, tá claro)

até apetece dizer: blá, blá, blá...pois sim...e quanto ganhas tu no final do ano (liquido)
:)

ps. falou a mulher materialista e interesseira!

 
At 2:15 da tarde, Blogger naked sniper said...

nuno,

a piquena sistematização feita é apenas um esquisso mínimo e de base. o q dentro de cada ponto, ou como colocar em prática é que já é uma verdadeira arte

eu nunca falei em one night stand. o caminho pelas três vias da sedução é (e deve ser) demorado

também não digo em lado nenhum que a coisa tenha q ser concreta e visível. muito pelo contrário, a sedução está mais no que não se diz, na insinuação

não confundir canalha com camarinha. o camarinha é um canalha wanabe ou, no máximo, um canalha de gama baixa.

estou a ver q vou ter q fazer outro poste, q isto em comentário não cabe

 
At 2:16 da tarde, Blogger naked sniper said...

old man,

não estou em cana, mas vou ter q sair do país por uns dias

: )

como disse ao Nuno, colocar em prática esta sedução é tudo menos linear.

 
At 2:17 da tarde, Blogger naked sniper said...

moça,

isso abre o caminho para outra questão muito importante, a escolha da seduzida

 
At 4:03 da tarde, Blogger inesinho said...

Gostei muito der a tua lição, e acho que em parte se passa assim. Mas da sedução já sei muito. O que eu gostaria de saber, e aqui fica uma sugestão para futuras lições, é o que fazer quando a sedução é bem sucedida, ou seja, demasiado bem sucedida. O sedutor tem o seu sucesso, consegue efectivamente conquistar a alma de uma mulher, mas depois, bye-bye, a seduzida que se amanhe. Pois, é com esta parte que não me entendo. (já sei que falas do ponto de vista do sedutor, mas, para evitar, danos colateriais, a parte do risco também deveria ser considerada nestas lições; e sim, também sei, que é o risco que nos move; esse é o problema)

 
At 4:36 da tarde, Anonymous Anónimo said...

sniper,

tu dizes tudo, sistematizas, classificas, mas depois queres escapar às ilações. Podes chamar-lhe o que quiseres: «esquiço mínimo e de base» mas a atitude está lá – (fazes questão de esmiuçar tudo… a distinção entre um canalha e o camarinha… whatever) não digas que não tens um gosto pelo concreto e visível. Eu não disse isto antes para não te comprometer, mas fiquei perplexo ao ver a citação de Baudrillard no meio do teu texto. Tu compreendeste o que ele diz? Compreendes que essa citação faz parte da ligação entre a “sedução/produção” e o sexo? Ironicamente, a simples compreensão do que está subjacente a essa frase impedir-te-ia de embarcares neste exercício. Dizes que «a sedução está mais no que não se diz, na insinuação», não compreendes de todo a minha crítica? Ou, pelo menos, o que diz Baudrillard? Ou estás a fazer-te de ingénuo?

 
At 4:45 da tarde, Blogger vanus said...

À tua frase de abertura "É bela, e por isso deve ser cobiçada; é uma mulher, e por isso deve ser conquistada" , contraponho:

"Se a beleza, cuja perfeição rejeita a animalidade, é apaixonadamente desejada é porque nela a posse introduz a mancha animal. É desejada para ser manchada. Não por si mesma, mas pela alegria gozada na certeza de a profanar"
Georges Battaile

A sedução, tal como a defines não tem nunca esse sentido restrito, a conquista é quebra, é poder, é profanação. Seduzir é trabalhar, manobrar, é tomar.

A diferença entre os puros de coração (lol) e os canalhas é a única forma de socialmente amenizarmos essa mesma profanação, especialmente vinda da parte de um homem.

Repara que nesta tua pequena dissertação não falas uma só vez naquilo que a mulher seduzida "deseja", que colocas a parte activa no homem; centrando um carácter depreciativo no canalha, apenas por ele ser a consumação mais animal da parte da sedução.

Uma mulher não toma, deixa-se tomar. O seu poder está em negar a realização de qualquer acto de sedução. O homem exibe-se a mulher escolhe!

Toda a mulher quer ser "violada", no sentido em que se não for tomada totalmente, consciente e inconscientemente (até à loucura), por um homem, a concretização da sedução não se dá plenamente. E aqui tomo a tua frase "antecipação do prazer é mais agradável do que a sua consumação". Isto meu caro, é erotismo, está na cabeça, no imaginário de cada um; o instante antes do começo da concretização. A sedução é a prática do erotismo, nada mais.

Quanto ainda aos puros de coração e à limitação do interesse por qualquer outro homem além de si, em confronto com os canalhas e com a posse imediata; a única distinção é o tamanho do caminho que percorrem.
Enquanto os primeiros se conseguem justificar para si mesmos em relação ao acto, uma herança sem dúvida do cristianismo com umas pitadas de liberalismo, os segundos serão mais amorais, mais directos... mas, qual dos dois fará mais estragos após essa mesma concretização?

Seduzir a alma para tomar o corpo é mais válido que seduzir apenas o corpo para o tomar? E do lado da mulher?
Sim, uma alma seduzida implica (na teoria) uma entrega maior ao homem; enquanto que um corpo seduzido entrega-se de uma forma mais equilibrada, os dois pela mesma medida. Na sedução da alma há um poder muito mais pernicioso do que na mera sedução do corpo. A troca aqui é mais proporcional.

Um puro de coração controla muito mais uma mulher do que um canalha. Um puro de coração mancha muito mais a beleza de uma mulher do que um canalha. Talvez por isso, e concluindo o mesmo que tu por outra via, este seja o caminho certo, pois toda a mulher deseja uma entrega de corpo e alma, ou melhor, toda a mulher deseja que a tomem no corpo e que com ele vá também a sua alma.
(e se não deseja devia, não há nada pior que nos tomem às mijinhas).

Quanto aos 3 caminhos, só vou fazer uma perguntinha:
se nós somos maioritariamente binários em tudo, porque raios os homens quando têm que definir passos em relação às mulheres, escolhem sempre três?

;)

(agora vou ler as respostas, se disse o mesmo, peço desculpa)

 
At 12:30 da manhã, Blogger naked sniper said...

ines,

repara que há dois casos muito distintos. Quando se trata de um puro de coração, a questão não se coloca porque esse não pretenderá desistir da sua amada.

o caso do canalha é mais complicado, pois resulta normalmente num desinteresse olímpico após a conquista.

sobre isso não posso ajudar muito, pois não é propriamente uma situação que eu domine. no entanto, o meu conselho apontaria para partir as perninhas do canalha

 
At 12:37 da manhã, Blogger naked sniper said...

nuno,

para evitar confusões, explica lá devagarinho a tua ideia para eu poder responder

 
At 12:52 da manhã, Blogger naked sniper said...

Vanus,

a distinção entre puro de coração e canalha é muito importante, pois o puro não mancha, não profana, tem intenções puras

não falo da seduzida porque não é essa a minha posição. mas pode perfeitamente dar-se o caso de ser uma sedutora e um seduzido. nada contra

atenção que violação aqui tem o sentido de sedução com objectivos meramente físicos e imediatos. julgo q nenhuma mulher pretende ser vítima disso

mas vejo q me expressei mal. tanto o puro de coração como o canalha buscam conquistar a mulher de alma e coração. a diferença é q o canalha depois apenas pretende o corpo, enquanto q o puro ambiciona viver feliz para sempre

 
At 11:40 da tarde, Blogger vanus said...

Sniper, claro que também eu não falo "nessa" violação, mas como calculas em todas as coisas imorais há um limite até ao qual se pode transgredir e tal como há vontade de possuir "inteiramente" também se pode colocar a palavra violação dentro deste discurso; não somos nenhuns tolinhos para que não possamos usar o mesmo sentido mas noutra amplitude, certo?

A questão da profanação é muito importante, acho eu, porque se ela não existir e sendo a mulher por excelência objecto de desejo (passamos aqui os direitos, igualdades, e feminismos e afins, ok?), e como tal bela, sem qualquer tipo de animalidade contida em si, a posse no sentido em que lhe dás, conquista se preferires, nunca se realizará. Repara que o que é puro é intocável, porém quando queres uma coisa bela e pura, o que tu pretendes é que essa mesma qualidade passe para ti, por isso será sempre uma profanação, um manchar, etc.

Quanto à tua distinção volto a discordar. Os puros de coração e os canalhas não se podem diferenciar entre o termos sedução, uma vez que esta é apenas um meio em tudo igual para a conquista, a sedução é apenas a acção, não o fim ou o intuito. Como exemplo podemo-nos reportar ao acto de comer; comer é sempre comer, não interessa se comemos porque gostamos muito de comida ou se comemos porque temos apenas que nos alimentar e qualquer comida serve.

Volto ainda a dizer-te que no teu puro de coração é muito mais perigoso no sentido que lhe atribuis, o sentido moral da coisa, do fim, da intenção, embora claro está seja esse que pretendemos para qualquer um de nós. Esta é a minha opinião teórica.

É tudo uma questão de premissas e de contextualização, ou de se brincar com ideias e conhecimentos, dar-lhes a volta, torcê-las um bocadinho, conquistá-las aos olhos dos outros...mas eu cá sou péssima a seduzir, por isso é normal que não concordes comigo ;)

A tua sorte é teres namorada e ela ler o teu blog como dizes que ela lê, senão depois deste post passava a chamar-te fofinho, queridinho, sniperinho, etc; :)) Assim, não tenho lata.
Mas acho muito bem que o sejas, só te fica é bem.

Ah e gostei do post e, das respostas também ;)

 
At 4:51 da tarde, Blogger naked sniper said...

vanus,

não percebi bem essa da conquista/profanação. o que eu considero puro não é a mulher, muito pelo contrário. o que eu considero puro é o amor do sedutor pelo seu objecto de desejo

e eu tb não distingo os canalhas dos puros de coração nesse sentido. distingo apenas a sua motivação/objectivo. o meio utilizado é o mesmo, aí não há diferença. eu digo que podemos distinguir os homens que utilizam esta arte em dois tipos, mas não digo que podemos distinguir a arte nesses dois tipos.

sem dúvida que o puro de coração pode ser bem mais perigoso. não há nada mais perigoso do que um bem intencionado : )

realmente, agradeço que não me trates dessa forma, senão o tau-tau que ela me dá passa a ser daquele que eu não gosto

 

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