Futebolidades

Ontem, graças a um convite de última hora do meu bom amigo Bruno, fui ver o Sporting*Académica.

Ao contrário do que se poderia pensar, visto que sou adepto (há quem me chame doente, mas é gente parva) do Sporting, mas também conimbricense e sócio da Briosa, nestes jogos não tenho qualquer confusão no meu coração, nem fico dividido. Sou pelo Sporting e mais nada. A única forma de eu torcer pela Briosa seria caso fosse o último jogo do campeonato, a Académica estivesse em risco de descida e o Sporting já fosse campeão. Como não era esse o caso e, para além disso, este ano até tenho andado alheado da carreira da briosa, estava 100% a torcer pelo Sporting.

Foi também a primeira vez que fui ao Alvalade XXI. Gostei. Apesar de continuar a não apreciar algumas escolhas estéticas (os azulejos e o amarelo berrante de algumas das barras da estrutura), achei-o muito funcional e bem concebido (na funcionalidade bem acima do da Luz). O relvado é que mete nojo. Está pior que o do estádio antigo da Académica.

Passando agora ao jogo, há que dizer que a primeira parte do Sporting foi excelente. Equipa pressionante, dinâmica, a criar ocasiões de golo e a fazer "coisas bonitas". Acertar com a baliza é que parece que não fazia parte do plano de jogo. A partir de meio da segunda parte, parece que desistiram de jogar à bola e, não fosse o facto de a Académica não ter ninguém que soubesse chutar a baliza, ainda podia ter corrido mal.

Quanto ao árbitro, e para não dizerem que eu sou muito mauzinho, vou transcrever o que se diz dele no jornal "O Jogo" online:

"Não assinalou um penálti claro de Kaká sobre Tonel (55’), nem uma possível falta sobre Nani na área da Académica (39’), exibindo ainda um critério disciplinar absurdo. Ignorou a protecção à integridade física dos jogadores e insistiu em decisões técnicas incompreensíveis."

Passando agora para a apreciação dos jogadores leoninos:

O Miguel Veloso foi claramente o melhor em campo. Defende de forma aguerrida e com uma segurança e auto-confiança espantosa. Para além disso, ainda sai a jogar de cabeça levantada, coloca a bola onde quer e quase marca golos. Se eu percebo alguma coisa de bola vai sair dali craque de grande classe.

O Bueno, de quem eu já disse que era o mesmo que jogar com menos um, surpreendeu-me de forma muito agradável. Pode ser um pouco tosco com os pezinhos, mas sabe-se movimentar, joga bem de cabeça, nunca desiste e dá sempre o que tem. Depois deste jogo, já percebo porque o Paulo Bento continua a insistir em meter o gajo. Curiosamente, os jornais dão-lhe apreciação negativa.

O Paredes parece que está a engatar. Depois de alguns jogos em que parecia que nunca tinha jogado futebol antes, ontem mandou (enquanto teve pernas) no meio-campo.

O Liedson está em "goal squandering mode". É impressionante como conseguiu falhar 3 golos feitos ontem. Mas, lá está, não se pode prescindir de um gajo com aquela energia e vontade de jogar à bola.

Moutinho e Tello (este só este ano) parece que não sabem jogar mal. Não se destacaram muito, mas nunca falharam, estiveram sempre no lugar certo e fizeram tudo bem.

O Nani parece que jogou com o cérebro desligado. Irrita bastante ver um gajo com tanto talento prá coisa tomar sistematicamente as decisões erradas (fazer um drible a mais, parar o jogo quando devia acelerar, meter-se na toca do lobo sem necessidade nenhuma, etc.), mas daí a assobiar o miúdo, vai uma distância grande. Mas fartou-se de estragar jogo. No regresso para casa, quando ouvi na rádio um jornalista a inclui-lo na lista dos melhores em campo, questionei-se seriamente sobre se teríamos visto o mesmo jogo, mas enfim...

Outro que se esqueceu de ligar alguma coisa foi o Custódio. Não sei se ele anda com problemas em casa, mas concentrado no jogo é que ele não estava. Não fazia um passe em condições, deixava passar tudo no meio-campo e houve até uma jogada em que ia lado a lado com o adversário e, apesar de ter tentado, nem falta conseguiu fazer. Não se percebe.

Os outros estiveram regulares, excepto o Abel que sempre que tentava desmarcar um colega mandava a bola para a bancada. Alguém lhe dê uma bússula pelo Natal.