Jornalidades

Na Visão desta semana(pag. 40) há um artigo intitulado "O regresso do 'engenheirogate'", algo dedicado à nova polémica com Sócrates, que aqui também já foi referida.

O interessante nesta "peça jornalística" é a tese levantada pelas autoras (Sónia Sapage com Joana Fillol). Segundo estas, tanto o caso das pretensas irregularidades da licenciatura de Sócrates como este agora da assinatura dos projectos e também do subsídio de exclusividade indevido são, notem bem, do preconceito, elitismo e desconfiança dos "capitaleiros" (pessoas da capital) face a um político vindo da Beira Interior. E tentam fundamentar esta tese no facto de ser o Público (da capital) o prinicpal jornal a investigar Sócrates e também dizendo que, para os elitistas da capital, o problema não seria Sócrates ter mentido ao assinar projectos que não são da sua autoria, mas sim vir do interior e fazer casas feias.

Não queria dizer que me sinto chocado com esta "peça jornalística". Antes disso, gostaria de perceber se as autoras são tão idiotas como a tese que defendem, ou se o estão a fazer por interesse. Aí sim, poderia afirmar-me chocado; ou com o (reduzido/inexistente) critério qualitativo da Visão no recrutamento dos seus colaboradores; ou com o medinho que Sócrates incute nos jornalistas; ou mesmo com o facto de haver artigos encomendados. Assim, nesta incerteza, vou optar por não me afirmar chocado.