Sorte, eficácia, sofrimento. Foram, por essa mesma ordem, as 3 palavras chave no clássico de ontem.
Sorte, porque antes de marcar os 2 golos, o Sportem podia ter encaixado outros 2 e a estória seria completamente diferente. Eficácia, porque o Sportem marcou 2 golos em quase tantos remates que fez à baliza do Porto. Sofrimento, porque, na segunda parte, o Porto bem que nos encostou às cordas.
Como se devem recordar, eu estava muito pouco confiante para este jogo. O Porto tem jogado bem, o Sportem tem jogado mal e, para piorar as coisas, o Sportem tem-me habituado a cair psicologicamente nos momentos difíceis. E isso poderia perfeitamente ter acontecido ontem de novo, se o golo do Lisandro tivesse contado e se o Lucho tivesse acertado na baliza, logo ao início do jogo. Felizmente, o Sportem teve neste jogo a sorte que faltou ao longo da época toda.
Depois dos golos do Sportem, o Porto abanou por todos os lados e andou completamente desorientado todo o resto da primeira parte. Quanto a mim, isso deveu-se a 2 factores: a supresa (choque) por se verem a perder por 2 golos e os equívocos tácticos do Jesualdo Ferreira. Como sempre acontece nos jogos decisivos, o Jesualdo teve medo. Desta vez, a sorte e a superior capacidade da sua equipa não conseguiram colmatar o disparate. O Porto tem jogado a época toda em 433. A priori, as principais fraquezas do Sporting neste jogo seriam as laterais (um jogador fraco - Ronny - e um adaptado e inexperiente - Pereirinha). Parece óbvio que os pontos fortes do Porto (extremos) encaixavam perfeitamente nos pontos fracos do Sportem e estava tudo orientado para o Porto massacrar fortemente a defesa leonina. Mas, que se lembra de fazer o Jesualdo? Ignorar essa vantagem inata e montar a equipa em 442, retirando-lhe as rotinas e não explorando as fraquezas do adversário. Espero que nunca convidem o Jesualdo para o "Sabe mais q um puto de 10 anos". Para além disso, o Quaresma esteve desinspirado e o Bosingwa (dos jogadores que mais tem desequilibrado pelo Porto) foi completamente manietado (adoro esta palavra) pelo Izmailov. Depois do frango do 1º golo, o Helton também abanou como eu nunca tinha visto e só me lembro de ver o Porto a fazer passes disparatados e a perder bolas face à boa pressão exercida pelo Sportem.
Na segunda parte, as coisas mudaram bastante. O Jesualdo meteu o Farias e regressou ao 433 e o Porto massacrou o Sportem até mais não. E teve o Porto realmente muito azar porque falhou mais golos do que normalmente falharia numa mês inteiro de competição.
No Sportem, jogaram muito bem Pereirinha e Izmailov. O miúdo jogou de cara&$o, meteu o Quaresma num bolso (o esquerdo) e fartou-se de levar jogo pá frente (fez o centro para o 2º golo e tudo). O Izmailov, além de meter o Bosingwa num bolso (o esquerdo), marcou o 2º golo e deu o 1º a marcar. O Ronny, apesar das suas limitações, esteve muito bem a proteger o flanco. O Polga mostrou a classe do costume. O Moutinho fartou-se de jogar e de levar pancada. O Vukcevic continua cheio de confiança e a fazer coisas bonitas. O Liedson não marca mas massacra a defesa e manobra a equipa. O Patrício esteve 100% seguro. Não gostei do Romagnoli (passou ao lado do jogo) nem do Miguel Veloso (anda com o complicador ligado e só engonha e perde bolas).
Referência final para a besta do Bruno Alves que não me recordo de ver entrar a nenhuma bola de forma limpa. Não percebo como este gajo continua a acabar os jogos. Ele que vá jogar para o estrangeiro que começa logo a bater recordes de expulsões.
poste esgalhado pelo menino que não gosta do sócrates às 23:43 6 comentários
"professor eu queria se fosse possivel uma hora de atendimento para lhe tirar duvidas se fosse possivel passei ao seu gabinete e o stor nao tava lá."
Entre tantas coisas por onde eu poderia pegar, o que me deliciou mais foi a solicitude da rapariga (sim, era uma menina), que me procurou no gabinete fora do horário de atendimento para me tirar dúvidas.
Nem imagino que dúvidas ela me queira tirar, se eu as tenho realmente e se ela me conseguirá elucidar, mas aprecio sinceramente a boa vontade.
poste esgalhado pelo menino que não gosta do sócrates às 18:41 18 comentários
Um aluno meu fez um trabalho de fim de curso sobre resposabilidade social.
Uma das definições, diz que responsabilidade social é "a integração voluntária de preocupações sociais e ambientais por parte das empresas nas suas operações e na suas interacção com as outras partes interessadas" (UE - Livro Verde para a Responsabilidade Social). Ou seja, uma empresa socialmente responsável é aquela que, para além de se preocupar em ser rentável e remunerar os capitais nela investidos pelos seus accionistas ou sócios (responsabilidade económica), e para além de cumprir a lei (responsabilidade legal), vai mais além e ainda se preocupa com todas as outraws partes interessadas na sua actividade (stakeholders), desde trabalhadores, a clientes, fornecedores, comunidade, etc.
Para ilustrar esta prática, o aluno estudou 2 casos portugueses: o BES e o Millenium BCP, os 2 únicos bancos portugueses que aderiram ao chamado "princípio do Equador", que pressupõe que os investimentos de montante superior a 50 milhões de dólares deverão ser objecto, para além da análise da viabilidade económico-financeira, a uma análise dos seus impactos ambientais e sociais. Para além disso, o BCP aderiu a uma série de iniciativas de sustentabilidade, é o banco pioneiro do micro-crédito em Portugal, tem (tinha) a marca mais valiosa do país, era considerado a melhor empresa para se trabalhar em Portugal, etc.
Ou seja, na teoria, o BCP era um banco espectacular e responsável, para além de extremamente rentável. Depois descobriu-se tudo aquilo que nós sabemos e percebeu-se que isto se tratava tudo de uma hipocrisia. O banco tinha criado e desenvolvido uma série de mecanismos e iniciativas de ponta em termos de resposabilidade social, mas falhava nos domínios mais básicos de respeito pela lei e pelos seus accionistas.
Todo este poste porque vi esta notícia. Mais uma vez, e como já referi num outro poste, são os gestores incompetentes, que causam dano à empresa, que acabam por receber uma espécie de "prémio" quando são mandados embora. Em vez de serem despedidos por justa causa e lhes colocarem um processo em cima por gestão danosa, dão-lhes reformas milionárias. Há qualquer coisa de decadente nisto tudo.
Quanto ao meu aluno, se tivesse feito o trabalho há 1 ano atrás, teria tido um trabalho interessante e incontroverso. Assim, acaba por ser um trabalho que permite talvez perceber um pouco porque o BCP não se afundou completamente na sua própria porcaria. Apesar dos golpes palacianos que eram desenvolvidos na sombra, o banco fazia muita coisa bem feita e os clientes, trabalhadores e parceiros não esquecem isso. Mas todos se sentem desconfortáveis com a situação.
poste esgalhado pelo menino que não gosta do sócrates às 15:06 2 comentários
Para introduzir o filme, deve dizer-se que se passa na Alemanha do Leste, em 1984. Um oficial da stasi (polícia política) é incumbido de vigiar um famoso escritor e a sua companheira. O filme acompanha essa vigilância.
Ao longo do filme, para além de nos ser retratada a realidade do quotidiano na alemanha comunista, o mais interessante é acompanhar a forma como 2 convictos do sistema se vão paulatinamente desencantando com o mesmo, ao aperceberem-se da subversão do mesmo pela mesquinhez de alguns altos funcionários que o vão manobrando em proveito próprio.
O grande motor do filme é o capitão Gerd Wiesler, oficial da stasi. A acção começa mostrando este senhor a interrogar um suspeito e a dar uma palestra a jovens quadros da stasi sobre técnicas de interrogatório. Começamos por ficar algo assustados com a falta de humanidade do homem, mas também com a certeza que ele tem no que faz e os resultados que alcança. Ao longo do filme, impressiona a sua postura serena e digna. Não somos capazes de respeitar o que ele faz, mas temos que respeitar o seu profissionalismo, dedicação e competência. Mas o mais interessante, é ver a transformação dessa máquina fria e infalível num ser sensível, preocupado. Em vez de ser apenas uma peça na engrenagem, que se demite dos resultados da sua acção, torna-se um activista convicto, que age em função do que considera correcto.
E mais não posso contar, senão perdem o interesse pelo filme. O que não pode acontecer, porque este filme vale imensamente a pena.
poste esgalhado pelo menino que não gosta do sócrates às 11:01 6 comentários
Das 3 viagens planeadas para este 1º semestre, as 2 que estavam já agendadas ficaram em stand by.
Curiosamente, eram também as 2 que estavam dependentes de outras pessoas. Começo a achar realmente que não posso depender de ninguém. Todos os meus planos que dependem de mais alguém vão sucessivamente por água abaixo.
poste esgalhado pelo menino que não gosta do sócrates às 16:25 14 comentários
Na semana passada, como já referi por aí, fui ver o Jogos de Poder.
A melhor forma de começar a falar do filme é dizer que se trata de 97 minutos de entretenimento de grande nível. E esta é a forma mais fácil porquê? Porque começar logo por catalogar o filme num género específico é uma tarefa ingrata. Não é bem um drama, não é uma comédia, não é de forma alguma uma comédia romântica. É um filme satírico, muito bem conduzido. Supostamente, é baseado em factos reais. Mas é impssível saber onde acaba a realidade e começa a ficção. Essa é a chave do filme.
Conta também com 2 interpretações fenomenais: a do Tom Hanks (papel principal, de congressista Charlie Wilson) e a de Philip Seymour Hoffman (agente Gust Avrakotos). O Tom Hanks conseguiu (talvez por produzir o filme) arranjar um papel em que qualquer bom actor poderia fazer um figurão. Para mais, anda sempre com miudas giras à volta, o que é sempre um incentivo para a representação. O camaleão Philip Seymour Hoffman tem mais um desempenho excelente para juntar à colecção.
Charlie Wilson: You're no James Bond. Gust Avrakotos: You're no Thomas Jefferson, either. Let's call it even.
Conclusão: chancela no bicho!
poste esgalhado pelo menino que não gosta do sócrates às 18:14 4 comentários
Admirou-me a cabazada: 98 a 2! Um resultado que só acontece de millennium em millennium.
Eu e todos os taxistas estávamos convencidos de que a coisa seria renhida. O último com quem falei até me fez calar quando entrei no táxi. Apontou-me a rádio sintonizada na TSF: "Estão a dar o resultado. " Fiquei, não o escondo, orgulhoso por pertencer ao único país do mundo - com excepção, talvez, do paraíso fiscal das ilhas Caimão - onde o povo segue com interesse os jogos de cadeiras nos conselhos de administração. Se o capitalismo popular não é isto, onde está o capitalismo popular?
Mas, repito, desiludiu-me o final: 98 a 2 não é resultado que se apresente. O treinador de bancada da equipa perdedora, aquele senhor de Gaia, mais valia estar calado. E o treinador principal, o mister Cadilhe - especialista de números, aposta em 51% e leva só 2 para casa -, esse, teve a chicotada psicológica merecida. Não devia estar sentado no banquinho quanto mais no maior dos bancos.
Emprestaram-me este CD. É uma colecção de versões bossa de músicas dos Guns n' Roses (estilo Nouvelle Vague, vá lá). Acho-o tão bom, tão bom, mas tão bom, que vou ter que realizar uma cópia de segurança com tanto medo que tenho que lhe aconteça alguma coisa de mal.
Para exemplo, fiquem com uma versão resumida e dotada de um clip bastante idiota do "sweet child of mine" que aparece no album:
poste esgalhado pelo menino que não gosta do sócrates às 08:43 13 comentários
Pois é, como tenho pouco que fazer, fui espreitar as buscas que vieram dar a este blog. Aparecem sempre coisas engraçadas, mas desta vez foi demais. Alguém veio aqui dar após fazer uma busca no Google por:
- "sexo explícito entre homens do mesmo sexo" (meu destaque)
Um gajo pensa que já viu tudo e afinal...
poste esgalhado pelo menino que não gosta do sócrates às 23:12 15 comentários
A rotina da minha higiene pessoal matinal no inverno sempre foi algo dolorosa. A razão é que a minha casa é bastante fria.
Por mania minha (receio de sujar o pijama com espuma de barbear), só consigo fazer a barba em tronco nú. Numa casa fria, às 7 e tal de uma manhã de inverno, fazer a barba tornava-se bastante doloroso (e não me refiro só aos casos em que me cortei por estar a tremer). Este problema resolveu-se quando a J me sugeriu fazer a barba durante o duche. Ao princípio, a ideia pareceu-me estranha. Mas, de facto, tem não só a vantagem de estar no quentinho enquanto faço a barba, como também parece que os poros abrem mais e o catano. Especialmente depois de comprar um espelho pequeno e assim conseguir alinhar as patilhas e deixar de cortar meia sobrancelha de cada vez que faço a barba, a ideia está para ficar.
A outra ideia (também devida à J) consistiu em deixar a toalha sobre o aquecedor durante o duche. Assim, quando saio do duche, encontro sempre uma toalhinha seca (que nem sempre conseguia que acontecesse de um dia para o outro no inverno deixando-a apenas aos elementos) e fofa e quentinha. Isto dá um conforto que nem vos conto.
Claro que, provavelmente, eu seria o único totó que ainda não fazia estas coisas. Mas agora já não sou. E sou muito mais feliz.
poste esgalhado pelo menino que não gosta do sócrates às 09:36 12 comentários
Segundo os senhores do PS, seria perfeitamente normal que Armando Vara continuasse vinculado à CGD, mesmo fazendo parte da administração do BCP, o principal concorrente da CGD.
Da maneira que o homem está agarrado ao tacho, ficamos a saber que ele (o tacho, não o Vara) ainda é dos antigos, e não dos modernos anti-aderentes. Coisa impressionante.
E há um senhor que ainda tem o desplante de dizer que o Vara "tem toda a legitimidade para pedir uma licença sem vencimento à CGD". Pois claro que tem. O homem pode pedir o que quiser, tal como eu posso pedir à Soraia Chaves para casar comigo. Mas a CGD também tem toda a legitimidade para o mandar dar uma volta. E tem mesmo que o fazer, para manter alguma dignidade no meio disto tudo.
Aguardam-se os desenvolvimentos.
poste esgalhado pelo menino que não gosta do sócrates às 01:09 0 comentários
Fui ver o Call Girl, com a Soraia Chaves. Ou melhor, fui ver o Call Girl com um amigo (a Soraia não pôde ir à última da hora). E a Soraia protagoniza o filme.
Se é fácil dizer que qualquer filme com a Soraia Chaves é bom de se ver, este acaba por surpreender por ser bastante mais do que a exploração do corpo e sensualidade da rapariga. Não estou a dizer que o filme não explora o corpo e a sensualidade da menina, porque o faz. Quero é dizer que, para além disso, temos um filme bem feito, bem pensado, bem filmado, bem escrito (embora tenha mais foda-se por minuto do que o Balas e Bolinhos) e bem representado. Isto, claro, foi o que me pareceu, porque tenho que admitir que houve alturas em que a minha única preocupação foi tentar não ficar com baba na roupa.
A Soraia Chaves está uma senhora actriz (ou actora, como parece que agora se diz). Além de telegénica e magnetizante, não é apenas um corpo. Consegue dar vida, realismo e densidade à personagem.
O resto do elenco também esteve muito bem .O Nicolau Breyner desempenha o seu papel na perfeição. O Joaquim de Almeida também está muito bem, num papel bem à sua medida. O Canelas consegue-nos convencer que é um polícia bastante precipitado e idealista, etc. O António-Pedro Vasconcelos dá uma à Tarantino, aparecendo nas cenas finais.
Conclusão, para uma mulher é um bom filme, um policial bem feito e com alguns bons toques de humor. Para um homem, é um filme espectacular!!! Um policial bem feito e com alguns bons toques de humor, mais a Soraia Chaves a lançar sensualidade em todas as direcções.
poste esgalhado pelo menino que não gosta do sócrates às 23:08 6 comentários
Ando eu a tentar despachar os 3 kilos que ganhei no Natal e parece que toda a gente está combinada para me dificultar a tarefa.
Ele é convites para mariscadas, ele é almoços à pato, etc., etc.
A sorte é que, da maneira que tenho a língua, como não sinto devidamente o sabor dos alimentos, não como tanto como seria normal... Ainda como de forma exagerada, mas já não chego ao extremo de fazer as pessoas questionar a minha condição humana.
poste esgalhado pelo menino que não gosta do sócrates às 23:04 0 comentários
Sem dúvida que estes são "injustificados e desproporcionados" face aos salários médios dos seus trabalhadores e,ainda mais importante, essa desproporção tem aumentado de forma assustadora nas 2 últimas décadas.
Essa é a lei do mercado. Tal como acontece com os desportistas profissionais (futebolistas na Europa, basketbolistas e outros nos EUA), enquanto houver um maluco que pague mais, as coisas entram numa espiral louca e todos os padrões e referências desaparecem. Mas, para mim, o problema nem é esse.
Para mim, o problema é que o sistema actual premeia os maus gestores. Não me choca que um gestor que tem sucesso e dá a ganhar muito dinheiro à sua empresa, receba a sua parte desse sucesso. O que me choca é que os gestores tenham um vencimento base exorbitante, que recebem quer a empresa que conduzem tenha sucesso ou vá para o charco, arrastando milhares de pessoas para o desemprego, enquanto que o responsável por essa gestão ruinosa recebe rios de dinheiro. E, tal como acontece com os treinadores de futebol, quando querem despedir os anormais responsáveis por essas gestões deploráveis, ainda têm que lhes pagar indemnizações sumptuosas porque os contratos estão de tal forma artilhados que ninguém lhes pode tocar. E se o contrato não for feito assim à partida, o gestor não assina.
poste esgalhado pelo menino que não gosta do sócrates às 09:50 18 comentários